sexta-feira, 28 de maio de 2010

*O navio de Vidro


O dia de partir é
aquele de sustentar

auroras na proa
e soltar ancoras
nas ilhas do céu....
Nessa hora
haverá ventos limpos
num cais parado
barcos amanhecidos
de conveses molhados...
Absurdo será o mar
submersa será a vida...
Nesse dia
surgirá uma pressa ferida
como uma loucura desamparada
as malas terão o sopro da brisa
o caminho a força das aguas...
Nessa noite
nascerá uma lua assustada
com estrelas em desalinho
no brilho delas aviaremos
rudes mascaras de linho...

Para esse tempo
farei com cristais de insonia
um navio de vidro
que navegara até o fim
todas as correntezas
que navegam em mim...

Um comentário:

  1. Olá, Lindo o que disse sobre cristais de insônia... qual poeta não experimenta esse momento?
    Abraços fraternos

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