terça-feira, 16 de junho de 2009

*Quem matou o Amor..


Houve uma vez, na historia do mundo, um dia terrível, em que o Ódio, o rei dos maus sentimentos, dos defeitos e das, mas virtudes, convocou uma reunião com todos os seus súditos.
Todos os sentimentos escuros do mundo e os desejos mais perversos do coração humano chegaram a essa reunião com muita curiosidade, porque queriam saber qual o motivo de tanta urgência.
Quando todos já estavam presentes, falou o Ódio.
- Os reuni aqui porque desejo com todas as minhas forças matar alguém!
Ninguém estranhou muito, pois era o Ódio quem estava falando e ele sempre queria matar alguém, mas perguntaram-se quem seria tão difícil de matar que o Ódio necessitaria da ajuda de todos.
- Quero matar o Amor.
Disse o ódio.
Muitos sorriram com maldade, pois mais de um ali tinha a mesma vontade.
O primeiro voluntario foi o Mau Caráter.
- Eu irei e podem ter certeza que em 1 ano o Amor terá morrido.
Provocarei tal discórdia e raiva que ele não vai suportar.
Depois de 1 ano se reuniram outra vez e ao escutar o relato do Mau Caráter, ficaram decepcionados.
- Eu sinto muito.
Bem que tentei de tudo, mas cada vez que eu semeava discórdia, o Amor superava e seguia seu caminho.
Foi então que muito rapidamente ofereceu-se a Ambição para executar a tarefa.
Fazendo alarde de seu poder, disse.
- Já que o Mau Caráter fracassou, irei eu.
Desviarei a atenção do Amor com o desejo por riqueza e pelo poder.
Isso ele nunca ira ignorar.
E começou, então, a Ambição o ataque contra a sua vitima.
Efetivamente, o Amor caiu ferido.
Mas, depois de lutar arduamente, curou-se e renunciou a todo o desejo exagerado de poder e triunfo.
Furioso com o novo fracasso, o Ódio enviou os Ciúmes.
Estes bufões perversos inventaram todo tipo de artimanhas e situações para confundir o Amor.
Machucaram-no com duvidas e suspeitas infundadas.
Porem, mesmo confuso, o Amor chorou e pensou que não queria morrer.
Com valentia e força se impôs sobre eles e os venceu.
Ano após ano, o Ódio seguiu sua luta, enviando a Frieza, o Egoísmo, a Indiferença, a Pobreza, a Enfermidade e muitos outros.
Todos fracassavam sempre.
O Ódio, convencido de que o Amor era invencível, disse isso aos demais.
- Nada podemos fazer.
O Amor suportou tudo.
Levamos muitos anos insistindo e não conseguimos.
De repente, de um cantinho do auditório, se levantou um sentimento pouco conhecido e que se vestia todo de preto.
Com um chapéu gigante, ele mantinha o rosto encoberto.
Seu aspecto era fúnebre como o da morte.
- Eu matarei o Amor, disse com segurança.
Todos se perguntavam quem seria esse pretensioso que, sozinho, pretendia fazer o que nenhum deles havia conseguido.
O Ódio ordenou.
- Vá e faça!
Havia passado pouco tempo quando o Ódio voltou a convocar a todos para comunicar que finalmente o Amor havia morrido.
Todos estavam felizes, mas também surpresos.
E o sentimento do chapéu preto falou.
- Aqui eu entrego a vocês o Amor, totalmente morto e esquartejado.
E sem dizer mais palavras, encaminhou-se para a saída.
- Espera!
Determinou o Ódio, dizendo.
- Em tão pouco tempo você o eliminou completamente, deixando-o desesperado e, por isso mesmo, ele não fez o menor esforço para viver!
Quem é você afinal?
O sentimento, pela primeira vez, levantou seu horrível rosto e disse.
- Sou a Rotina...

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